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Capítulo 9: CAPÍTULO IX

Página 251
CAPÍTULO IX

Juliana voltara para casa de Luísa por conselhos da tia Vitória.

- Olha, minha rica - tinha-lhe ela dito -, não há que ver, o pássaro fugiu-nos! Suspira, bem podes suspirar que o dinheiro grosso foi-se! Quem podia adivinhar que o homem desarvorava! Não, lá isso podes tirar daí o sentido! Que escusas de esperar nem cheta...

- Também me regalo de mandar as cartas ao marido, tia Vitória!

A velha encolheu os ombros:

- Não lucras nada com isso. Ou que eles se desquitem, ou que ele lhe parta os ossos, ou que a mande para um convento - tu não ganhas nada. E se se acomodarem, mais ficas a chuchar no dedo, porque nem tens a consolação de fazeres a cizânia. E isto é, se as coisas correrem pelo melhor, porque podes muito bem ficar mas é em lençóis de vinagre com alguma carga de pau que eles te mandem dar. - E vendo um gesto espantado de Juliana: - Já não era o primeiro caso, minha rica, já não era o primeiro. Olha que em Lisboa, passa-se muita coisa, e nem tudo vem nos jornais!

Positivamente o que ela tinha a fazer era voltar para a casa. Por que enfim o que restava de tudo aquilo? O medo de D. Luísa; esse é que lá estava sempre a dar-lhe por dentro a cólica; desse é que era necessário tirar partido...

- Tu voltas para lá - dizia - à espera que ela cumpra o que prometeu. Se te dá o dinheiro, bem... Se não, tem-na em todo o caso na mão, estás de dentro da praça, sabes o que se passa, podes-lhe apanhar muita coisa...

Mas Juliana hesitava. - Era difícil viverem debaixo das mesmas telhas sem haver uma questão por dá cá aquela palha.

- Não te diz uma palavra, tu verás...

- Mas tenho medo...

- De quê? - exclamava a tia Vitória. Ela não era mulher para a envenenar, não é verdade? Então? Quem a nada se arriscava nada ganhava.

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Capa do livro O Primo Basílio
Páginas: 414
Página atual: 251

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 24
CAPÍTULO III 45
CAPÍTULO IV 70
CAPÍTULO V 121
CAPÍTULO VI 154
CAPÍTULO VII 191
CAPÍTULO VIII 213
CAPÍTULO IX 251
CAPÍTULO X 273
CAPÍTULO XI 293
CAPÍTULO XII 327
CAPÍTULO XIII 346
CAPÍTULO XIV 366
CAPÍTULO XV 387
CAPÍTULO XVI 400
"O PRIMO BASÍLIO" (CARTA A TEÓFILO BRAGA) 411