No dia seguinte, ao amanhecer, Júpiter convocou todos os deuses em assembleia e disse-lhes:
—Deuses e deusas que aqui estais reunidos, prestai atenção às minhas palavras. Pretendo hoje fazer a sorte pender para o lado dos troianos e ai de quem se atrever a interferir! Precipitarei no sombrio reino de Plutão e interditarei a entrada do Olimpo a qualquer um que desobedecer às minhas ordens. Ignorais porventura que sou muito mais forte do que todos vós?
Assim falou Júpiter e todos os deuses ficaram em silêncio, pois ele parecia decidido a cumprir a ameaça. Depois de alguns instantes, atreveu-se Minena a dizer:
—Meu pai, bem sabemos que a tua força é muito superior à nossa. Mas temos pena dos pobres gregos que vão morrer. Já que não o permites, não iremos combater a seu lado. Mas poderíamos, ao menos, ajudá-los com sábios e prudentes conselhos.
Sorriu o poderoso deus e respondeu-lhe:
—Sossega, filha querida. Não faças caso das minhas ríspidas palavras, pois não foi contra ti que as dirigi.
Subiu, então, para o seu carro e, chicoteando os belos cavalos de crina de ouro, voou para o monte Ida e de lá, sentado no mais alto dos picos, ia observando o que se passava entre gregos e troianos.
Pouco tempo depois, as tropas começaram a alvoroçar-se nos preparativos para a luta. Os troianos iam dispostos a defender-se com vigor redobrado, embora sabendo que, numericamente, eram inferiores aos intrépidos helenos.