Que os nossos amigos se alegrem: estamos a chegar ao fim. E, pelo menos certo até certo ponto, havíamos confirmado as declarações do Professor Challenger. Não escalámos, é certo, o planalto, mas ele está diante de nós; de imediato, o humor do Professor Summerlee adoçou-se. Não que admita um instante que seja que o seu rival possa ter razão, mas pôs um freio as objecções incessantes e conserva a maioria das vezes um silêncio atento. É, porém, preciso que eu volte atrás e que retome a narração onde a deixei. Mandámos embora um dos índios, que se tinha ferido, e confio-lhe esta carta duvidando, aliás, fortemente, de que ela chegue um dia ao seu destinatário.
Quando lhe escrevi na última vez, estávamos prestes a abandonar a aldeia índia junto da qual nos conduzira o Esmeralda. O meu relato começará com notícias desagradáveis porque esta noite eclodiu o primeiro conflito pessoal (não estou a aludir às inumeráveis bicadas que os dois professores trocam) e foi por pouco que não aconteceu um desenlace trágico. Mencionei aquele mestiço que falava inglês, Gomez: bom trabalhador, cheio de boa vontade mas atacado, suponho, pelo vício da curiosidade que não é coisa rara entre esses homens. Ao cair da noite, escondeu-se perto da cabana em que nos encontrávamos a discutir os futuros planos; foi surpreendido pelo nosso grande negro lambo, que é tão fiel como um cão e que vota aos mestiços o desprezo e o ódio de toda a sua raça pura contra os que têm sangue misturado. Lambo tirou-o da sombra e trouxe-o até nós.