Frei Luís de Sousa - Cap. 3: Acto Terceiro Pág. 96 / 122

Descansa, hás-de vê-la. Mas isto ainda é cedo.

MANUEL

- Que horas serão?

JORGE

- Quatro, quatro e meia. (Vai à porta da esquerda e volta.) São cinco horas, pelo alvor da manhã que já dá nos vidros da igreja. De aqui a pouco iremos; mas sossega.

MANUEL

- E a outra… a outra desgraçada, meu irmão?

JORGE

- Está - imagina por ti - está como não podia deixar de estar; mas a confiança em Deus pode muito: vai-se conformando. O Senhor fará o resto. Eu tenho fé neste escapulário (tocando no hábito em cima da mesa) para ti e para ela. Foi uma resolução digna de vós, foi uma inspiração divina que os alumiou a ambos. Deixa estar; ainda pode haver dias felizes para quem soube consagrar a Deus as suas desgraças.

MANUEL

- E isso está tudo pronto? Eu não sofro nestes hábitos, eu não aturo, com estes vestidos de vivo, a luz desse dia que vem a nascer.





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