Homero foi um poeta épico da Grécia Antiga, autor da Ilíada e Odisseia, e teve uma enorme influencia na história da literatura.
Não existem textos que ocupem uma posição central na definição da cultura do Ocidente como os dois poemas épicos atribuídos a Homero, a "Ilíada" e a "Odisseia". Ambos referem-se à guerra de Tróia. Os gregos encaram-na como o primeiro momento em que se uniram como povo com um objectivo comum. Mas, se tal acontece, isso deve-se à poesia de Homero, um narrador de histórias, cego, cuja existência real tem sido muito discutida.
Diz-se que fora um cantor ambulante que recitava os seus próprios versos, sendo a sua naturalidade disputada por sete cidades do mundo grego. No final do segundo milénio da era cristã continuamos ainda a falar desses milhares de versos que fizeram nascer a épica do Ocidente: ainda nos impressionamos com a cólera de Aquiles; ainda nos comovemos com o regresso de Ulisses à sua pátria.
Os grandes poemas homéricos apresentam, como já se assinalou, dupla faceta: a mítica e a histórica. As investigações filológicas e arqueológicas da modernidade, sem desdenharem o estudo do mítico, puseram ênfase nos aspectos históricos da Ilíada e da Odisseia. O que se compreende muito bem, na medida em que a nossa época é essencialmente positivista e quer ver e comprovar, de maneira irredutível, aquilo que afirma. Os Aqueus existiram? Aquiles foi uma transposição do tipo de guerreiro da Grécia arcaica? A que época se refere Homero nos seus dois poemas? Que correlações históricas se podem tirar da atenta e minuciosa leitura da Ilíada e da Odisseia? Este tipo de curiosidade levou, no século passado, Schlieman a investigar se Tróia tinha realmente existido. E a descoberta de Tróia VII, cuja datação é de 1500-1184 a. C. e que é exactamente a Ilíon cantada por Homero, é um dos grandes marcos da homerologia.
Hoje em dia, existem muitos mais dados que permitem que se reconstrua o contexto histórico no qual surgiram os poemas homéricos e pôde estabelecer-se, bem fundamentadamente, que o mundo fixado literariamente por Homero tem a sua origem na época micénica. A listagem das armas descritas na Ilíada e a sua comparação com os achados arqueológicos avalizam esta afirmação. A descoberta mais recente das tabuinhas micénicas e a interpretação da sua escrita permitiram que se relacionasse a língua homérica com o léxico micénico e que se observasse, surpreendentemente, que nomes como os de Aquiles, de Heitor, de Antenor e doutros, já eram famosos na época micénica. Consequentemente, a hipótese de que nessa época já existia uma poesia épica foi tomando corpo e a dedução daí resultante é absolutamente óbvia: Homero teria elaborado as suas obras a partir desse núcleo épico original.
Pode resumir-se brevemente o contexto histórico em que apareceram os poemas homéricos da seguinte maneira: a civilização micénica, à qual pertenceram os aqueus, data do milénio II a. C. O período do auge dessa civilização corresponde a 1400-1200 a. C. Foi esta a época em que os reinos micénicos e respectivos palácios na Grécia continental e no Peloponeso, tinham alguns centros principais instalados em Micenas, Tebas e Pilos.
Ano: -700
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