Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 5 / 258

Três minutos depois de ter lido a carta do ilustre secretário da Marinha, caçar aquele monstro inquietante e livrar os mares de sua constante ameaça tornara-se o único objetivo de minha vida. A oportunidade de participar daquela caçada me empolgou.

No entanto, eu estava cansado e precisando de repouso. O meu maior desejo era rever o meu pais, os meus amigos, o meu pequeno apartamento do Jardim Botânico, em Paris, as minhas preciosas coleções.

Mas nada me deteve. Esqueci tudo: fadigas, amigos, conforto, e aceitei, sem mais reflexões, a oferta do governo americano.

- Conselho! - chamei com voz impaciente.

Conselho era o meu criado. Tratava-se de um rapaz dedicado que me acompanhava em todas as minhas viagens, apto para todo o serviço e que, apesar do seu nome, nunca dava conselhos mesmo quando não lhe eram pedidos. Era uma excelente e honesta criatura.

- Conselho! - chamei-o de novo, começando os meus preparativos para a viagem, com grande agitação - Prepare-se, meu rapaz, partimos dentro de duas horas.

- Vamos para Paris? - perguntou ele.

- Sim... certamente... mas dando uma volta primeiro - respondi.

- Daremos a volta que o senhor quiser - concordou o criado.

- Não será uma grande volta. Trata-se de um caminho menos direto.

Vamos embarcar na “Abraham Lincoln”.

- Se é a sua decisão, para mim é a melhor, senhor – disse ele.

- Vou lhe dizer a verdade, meu rapaz. Trata-se do monstro marinho. Vamos livrar os mares da sua presença.





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