Frei Luís de Sousa - Cap. 1: Acto Primeiro Pág. 16 / 122

no ingenho, nos dotes admiráveis daquele anjo… E tu, tu, meu Telmo, que és tão seu que chegas a pretender ter-lhe mais amor que nós mesmos…

TELMO

- Não, não tenho!

MADALENA

- Pois tens: melhor! E és tu o que andas continuamente e quase por acinte a sustentar essa quimera, a levantar esse fantasma, cuja sombra, a mais remota, bastaria para inodoar a pureza daquela inocente, para condenar a eterna desonra a mãe e a filha!… (Telmo dá sinais de grande agitação). Ora dize: já pensaste bem no mal que estás fazendo? Eu bem sei que a ninguém neste mundo, senão a mim, falas em tais cousas… falas assim como hoje temos falado… mas as tuas palavras misteriosas, as tuas alusões frequentes a esse desgraçado rei D. Sebastião, que o seu mais desgraçado povo ainda não quis acreditar que morresse, por





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