Frei Luís de Sousa - Cap. 1: Acto Primeiro Pág. 17 / 122

quem ainda espera em sua leal incredulidade (6), - esses contínuos agouros, em que andas sempre, de uma desgraça que está iminente sobre a nossa família… não vês que estás excitando com tudo isso a curiosidade daquela criança, aguçando-lhe o espírito - já tão perspicaz! - a imaginar, a descobrir… quem sabe se a acreditar nessa prodigiosa desgraça, em que tu mesmo… tu mesmo… sim, não crês deveras? Não crês, mas achas não sei que doloroso prazer em ter sempre viva e suspensa essa dúvida fatal. E então considera, vê: se um terror semelhante chega a entrar naquela alma, quem lho há-de tirar nunca mais? O que há-de ser dela e de nós? Não a perdes, não a matas… não me matas a minha filha?

TELMO

(em grande agitacão durante a fala precedente, fica pensativo e aterrado; fala depois como para si)

- É verdade que sim! A morte era certa.





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