Frei Luís de Sousa - Cap. 2: Acto Segundo Pág. 80 / 122

MADALENA

- Haverá tão má gente… e tão vil, que tal faça.

ROMEIRO

- Necessidade pode muito. Deus lho perdoará, se puder!

MADALENA

- Não façais juízos temerários, bom romeiro.

ROMEIRO

- Não faço. De parentes, já sei mais do que queria. Amigos, tenho um; com esse conto.

JORGE

- Já não sois tão infeliz.

MADALENA

- E o que eu puder fazer-vos, todo o amparo e agasalho que puder dar-vos, contai comigo, bom velho, e com meu marido, que há-de folgar de vos proteger…

ROMEIRO

- Eu já vos pedi alguma coisa, senhora?

MADALENA

- Pois perdoai, se vos ofendi, amigo.

ROMEIRO

- Não há ofensa verdadeira senão as que se fazem a Deus. Pedi-lhe vós perdão a Ele, que vos não faltara de quê.

MADALENA

- Não, irmão, não, decerto. E Ele terá compaixão de mim.





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