Frei Luís de Sousa - Cap. 2: Acto Segundo Pág. 84 / 122

Madalena! A misericórdia de Deus é infinita. Esperai. Eu duvido, eu não creio… estas não são cousas para se crerem de leve. (Reflecte, e logo como por uma ideia que lhe acudiu de repente.) Oh ! inspiração divina… (chegando ao romeiro). Conheceis bem esse homem, romeiro, não é assim?

ROMEIRO

- Como a mim mesmo.

JORGE

- Se o víreis… ainda que fora noutros trajos… com menos anos, pintado, digamos, conhecê-lo-eis?

ROMEIRO

- Como se me visse a mim mesmo num espelho.

JORGE

- Procurai nesses retratos, e dizei-me se algum deles pode ser.

ROMEIRO

(sem procurar, e apontando logo para o retrato de D. João)

- É aquele.

MADALENA

(com um grito espantoso)

- Minha filha, minha filha, minha filha!… (Em tom cavo e profundo.) Estou… estás… perdidas, desonradas… infames! (Com outro grito do coração.





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