Mensagem - Cap. 3: O Encoberto Pág. 40 / 44

Os Tempos

Noite

A nau de um deles tinha-se perdido

No mar indefinido.

O segundo pediu licença ao Rei

De, na fé e na lei

Da descoberta, ir em procura

Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.

*

Tempo foi. Nem primeiro nem segundo

Volveu do fim profundo

Do mar ignoto à pátria por quem dera

O enigma que fizera.

Então o terceiro a El-Rei rogou

Licença de os buscar, e El-Rei negou.

* * *

Como a um cativo, o ouvem a passar

Os servos do solar.

E, quando o vêem, vêem a figura

Da febre e da amargura,

Com fixos olhos rasos de ânsia

Fitando a proibida azul distância.

* * *

Senhor, os dois irmãos do nosso Nome —

O Poder e o Renome —

Ambos se foram pelo mar da idade

À tua eternidade;

E com eles de nós se foi

O que faz a alma poder ser de herói.

*

Queremos ir buscá-los, desta vil

Nossa prisão servil:

É a busca de quem somos, na distância

De nós; e, em febre de ânsia,

A Deus as mãos alçamos.

*

Mas Deus não dá licença que partamos.





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