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Capítulo 37: As Catacumbas de São Sebastião

Página 356
Capítulo XXXVII - As Catacumbas de S. Sebastião

Franz talvez nunca tivesse experimentado na sua vida uma impressão tão nítida, uma passagem tão rápida da alegria à tristeza, como naquele momento. Dir-se-ia que Roma, sob o sopro mágico de algum demónio da noite, acabava de se transformar num vasto túmulo, por um caso que aumentava ainda mais a intensidade das trevas, a Lua, que estava em quarto minguante, só devia aparecer por volta das onze horas da noite. As ruas que o jovem percorria estavam portanto mergulhadas na mais profunda escuridão. De resto, o trajecto era curto. Ao cabo de dez minutos a sua carruagem, ou antes, a do conde, parou diante do Hotel de Espanha.

O jantar esperava; mas como Albert prevenira de que não contava regressar tão cedo, Franz sentou-se à mesa sem ele.

Mestre Pastrini, que estava habituado a vê-los jantar juntos, perguntou o motivo da sua ausência; mas Franz limitou-se a responder que Albert recebera na antevéspera um convite que aceitara. A extinção súbita dos moccoletti, a escuridão que substituíra a luz, o silêncio que sucedera ao barulho, tinham deixado no espírito de Franz uma certa tristeza que não estava isenta de inquietação. Jantou portanto muito silenciosamente, apesar da solicitude oficiosa do seu hospedeiro, que entrou duas ou três vezes para perguntar senão precisava de nada.

Franz estava resolvido a esperar Albert até o mais tarde possível. Pediu pois a carruagem apenas para as onze horas e solicitou a mestre Pastrini que o mandasse prevenir imediatamente se Albert voltasse ao hotel, fosse qual fosse o motivo. Às onze horas, Albert ainda não regressara. Franz vestiu-se e saiu, depois de prevenir o hoteleiro de que passava a noite em casa do duque de Bracciano.

A casa do duque de Bracciano, é uma das mais encantadoras casas de Roma, e sua mulher, uma das últimas herdeiras dos Colona, faz-lhe as honras na perfeição. Resulta daí que as festas que ele dá gozam de celebridade europeia. Franz e Albert tinham chegado a Roma com cartas de recomendação para ele. Por isso as primeiras palavras do duque foram para perguntar a Franz o que era feito do seu companheiro de viagem. Franz respondeu-lhe que se tinham separado no momento em que se iam apagar os moccoli e que o perdera de vista na Via Macello.

- E ainda não regressou? - perguntou o duque.

- Esperei-o até agora - respondeu Franz.

- Sabe aonde ia?

- Não, exactamente. Creio porém que se tratava de qualquer coisa como uma entrevista amorosa.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 356

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069