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Capítulo 70: O baile

Página 661
Capítulo LXX - O baile

Tinham chegado os mais quentes dias de Julho quando se apresentou por seu turno, na ordem do tempo, o sábado em que se devia realizar o baile do Sr. de Morcerf.

Eram dez horas da noite. As grandes árvores do jardim do palácio do conde destacavam-se pelo seu porte num céu onde deslizavam, descobrindo um tapete azul recamado de estrelas douradas, os últimos vapores de uma tempestade que trovejara ameaçadora durante todo o dia.

Nas salas do rés-do-chão ouvia-se ressoar a música e rodopiar a valsa e o galope, enquanto faixas deslumbrantes de luz passavam delgadas através dos intervalos das persianas.

O jardim estava entregue naquele momento a uma dezena de criados, a quem a dona da casa, tranquilizada por o tempo. acalmar de momento a momento, acabava de ordenar que servissem a ceia.

Até ali hesitara-se se se cearia na sala de jantar ou debaixo de uma comprida tenda de lona erguida no relvado. Mas aquele belo céu azul, todo recamado de estrelas, acabava de decidir o processo a favor da tenda e do relvado.

Iluminavam-se as alamedas do jardim com lanternas de cor, como é hábito em Itália, e cobria-se de velas e de flores a mesa da ceia, como é uso em todos os países onde se compreende um pouco o luxo da mesa, o mais raro de todos os luxos, quando se pretende torná-lo completo.

No momento em que a condessa de Morcerf entrava nos seus salões, depois de dar as suas últimas ordens, os salões começavam a encher-se de convidados, atraídos muito mais pela encantadora hospitalidade da condessa do que pela posição de relevo do conde. Porque se podia ter antecipadamente a certeza de que a festa proporcionaria, graças ao bom gosto de Mercédès, alguns pormenores dignos de ser contados ou copiados, se necessário.

A Sr.ª Danglars, a quem os acontecimentos que narramos tinham inspirado profunda inquietação, hesitava em ir a casa da Sr.ª de Morcerf quando de manhã a sua carruagem se cruzara com a de Villefort. Este fizera-lhe um sinal, as duas viaturas tinham-se aproximado e o procurador régio perguntara através das portinholas:

- Vai a casa da Sr.ª de Morcerf, não vai?

- Faz mal - observou Villefort, com um olhar significativo. - Seria importante que a vissem lá

- Acha? - perguntou a baronesa.

- Acho.

- Nesse caso, irei.

E as duas viaturas tinham retomado a sua direcção oposta. A Sr.ª Danglars viera portanto, não só bela pela sua própria beleza, mas também deslumbrante de luxo. Entrava por uma porta no preciso instante em que Mercédès entrava pela outra.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 661

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069