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Capítulo 75: A ata da sessão

Página 713
Capítulo LXXV - A acta da sessão

Noirtier esperava, vestido de preto e instalado na sua poltrona.

Quando as três pessoas cuja chegada esperava entraram, olhou para a porta, que o seu criado de quarto fechou imediatamente.

- Preste atenção - disse Villefort em voz baixa a Valentine, que não conseguia conter a sua alegria. - Se o Sr. Noirtier nos quiser comunicar coisas que impeçam o seu casamento, proíbo-a de o compreender.

Valentine corou, mas não respondeu. Villefort aproximou-se de Noirtier.

- Aqui tem o Sr. Franz de Epinay - disse-lhe. - Mandou-o chamar e ele satisfaz os seus desejos. Claro que desejámos este encontro há muito tempo o ficaria encantado se ele lhe provasse até que ponto a sua oposição ao casamento de Valentine era infundada.

Noirtier respondeu apenas com um olhar que fez correr um arrepio nas veias de Villefort. O velho fez com os olhos sinal a Valentine para se aproximar.

Num momento, graças aos meios de que a jovem costumava servir-se nas suas conversas com o avô, ela encontrou a palavra chave.

Então, consultou o olhar do paralítico, que se fixou na gaveta de um movelzinho colocado entre duas janelas.

Valentine abriu a gaveta e encontrou efectivamente uma chave.

De posse dessa chave e depois de o velho lhe fazer sinal de que era de facto aquilo que pretendia, os olhos do paralítico dirigiram-se para uma velha secretária esquecida havia muitos anos e que só continha, ao que se julgava, papéis inúteis.

- Quer que eu abra as gavetas?

- Quero.

- As dos lados?

- Não.

- A do meio?

- Sim.

Valentine abriu-a e tirou um maço de papéis.

- É isto que deseja, avô?

- Não.

Ela tirou sucessivamente todos os outros papéis, até não ficar absolutamente mais nada na gaveta.

- Mas a gaveta está vazia, agora - disse Valentine.

Os olhos de Noirtier estavam fixos no dicionário.

- Sim, avô, compreendo-o - declarou a jovem.

E repetiu, uma após outra, cada letra do alfabeto. No S, Noirtier deteve-a. Ela abriu o dicionário e folheou-o até à palavra segredo.

- Ah, existe um segredo! - exclamou Valentine.

- Existe - respondeu Noirtier.

- E quem conhece esse segredo?

Noirtier olhou a porta por onde saía o criado.

- Barrois? - perguntou ela.

- Sim - respondeu Noirtier.

- Quer que o chame?

- Quero.

Valentine foi à porta e chamou Barrois.

Entretanto o suor da impaciência perlava a testa de Villefort e Franz estava estupefacto de surpresa.

O velho criado entrou.

- Barrois - disse Valentine -, o meu avô mandou-me tirar uma chave daquela consola, abrir esta secretária e puxar esta gaveta.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 713

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069