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Capítulo 79: A limonada

Página 762

Capítulo LXXIX - A limonada

Com efeito Morrel estava felicíssimo.

O Sr. Noirtier acabava de o mandar chamar, e tinha tanta pressa de saber o que lhe queria que não tomara nenhum cabriolé, fiara-se muito mais nas pernas do que nas de um cavalo de praça. Partira portanto a correr da Rua Meslay edirigia-se para o Arrabalde de Saint-Honoré.

Morrel caminhava a passo de ginástica é o pobre Barrois seguia-o conforme podia. Morrel tinha trinta e um anos, Barrois contava sessenta, Morrel estava ébrio de amor, Barrois suava por todos os poros devido ao calor. Os dois homens, assim separados por interesses e pela idade, pareciam as duas linhas que formam um triângulo: afastadas pela base, juntam-se no vértice.

O vértice era Noirtier, o qual mandara chamar Morrel, com a recomendação de vir depressa, recomendação que Morrel seguia à letra, com grande desespero de Barrois.

Quando chegaram. Morrel nem sequer estava ofegante: o amor dá asas; mas Barrois, que havia muito tempo se não apaixonava, estava banhado em suor.

O velho criado fez entrar Morrel pela porta particular, fechou a porta do gabinete e Em breve um «frutru» de vestido no parqué anunciou a visita de Valentine.

Valentine estava encantadora no seu vestido de luto.

O sonho tornava-se tão delicioso que Morrel quase se esqueceu de que estava ali para conversar com Noirtier. Mas a cadeira do velho não tardou a rodar no parque e ele entrou.

Noirtier acolheu com um olhar indulgente os agradecimentos que Morrel lhe prodigalizava pela maravilhosa intervenção que os salvara, a Valentine e a ele, do desespero. Depois o olhar de Morrel foi pousar, utilizando o novo privilégio que lhe era concedido, na jovem, que, tímida e sentada longe dele, esperava que a obrigassem a falar.

Noirtier olhou-a por sua vez.

- Tenho mesmo de dizer aquilo de que me encarregou? - perguntou ela.

- Sim - respondeu Noirtier.

- Sr. Morrel - disse então Valentine ao jovem, que a devorava com a vista -, o meu avô Noirtier tinha mil coisas a dizer-lhe e disse-mas nos últimos três dias. Hoje mandou-o chamar para eu lhas repetir. Repetir-lhas-ei, portanto, uma vez que ele me escolheu para sua intérprete, sem alterar uma palavra às suas intenções.

- Oh, não imagina com que impaciência a escuto! - respondeu o rapaz. - Fale, menina, fale.

Valentine baixou os olhos; foi um presságio que pareceu favorável a Morrel: Valentine só era fraca quando era feliz.

- O meu avô quer deixar esta casa - prosseguiu a jovem. - Barrois anda a procurar-lhe um apartamento conveniente.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 762

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069