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Capítulo 81: O quarto do padeiro reformado

Página 777

- Como vê - disse Andrea -, tudo se resolveria da melhor maneira na hipótese de o meu pedido não ser rejeitado pela Sr.ª Baronesa Danglars e por Mademoiselle Eugénie. Teríamos cento e setenta e cinco mil libras de rendimento. Suponhamos uma coisa: que eu conseguia que o marquês, em vez de me pagar a renda, me desse o capital (não seria fácil, bem sei, mas enfim, é possível). O senhor far-nos-ia tornar produtivos esses dois ou três milhões, e dois ou três milhões numas mãos hábeis podem sempre render dez por cento.

- Nunca dou mais do que quatro, e até do que três e meio - redarguiu o banqueiro. - Mas ao meu genro daria cinco e dividiríamos os lucros.

- Óptimo, sogro! - exclamou Cavalcanti, deixando-se levar pela sua natureza um tanto vulgar, que de vez em quando, apesar dos seus esforços, fazia estalar o verniz de aristocracia com que procurava cobrir-se.

Mas corrigiu-se imediatamente:

- Oh, perdão, senhor! Como vê, só a esperança já quase me faz perder a cabeça; que seria se fosse a realidade?...

- Mas - observou Danglars, que pela sua parte não notava até que ponto a conversa, de início desinteressada, se tornara rapidamente uma agência de negócios - há sem dúvida uma parte da sua fortuna que o seu pai lhe não pode recusar?...

- Qual? - perguntou o rapaz.

- A que vem da sua mãe.

- Ah, certamente, a que vem da minha mãe, Leonora Corsinari!

- E a quanto pode ascender essa parte?

- Palavra de honra, senhor - disse Andrea -, garanto-lhe que nunca me detive a pensar nisso, mas calculo que a uns dois milhões, pelo menos.

Danglars experimentou a espécie de sufocação jubilosa que sentem ou o avaro que encontra um tesouro perdido ou o homem prestes a afogar-se que depara debaixo dos pés com a terra firme em vez do vácuo que o ia engolir.

- Então, senhor - insistiu Andrea, cumprimentando o banqueiro com terno respeito -, poderei esperar?...

- Sr. Andrea - respondeu Danglars -, espere e creia que se da sua parte nenhum obstáculo detiver o andamento deste negócio, ele está concluído. Mas - perguntou pensativo - como se explica que o Sr. Conde de Monte-Cristo, seu patrono na sociedade parisiense, não tenha vindo consigo fazer-nos esse pedido?

Andrea corou imperceptivelmente.

- Venho de casa do conde, senhor - respondeu. - Trata-se incontestavelmente de um homem encantador, mas de uma originalidade inconcebível.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 777

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069