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Capítulo 104: A assinatura de Danglars

Página 963

- O artigo não é meu, mas falaram-me dele. Duvido até que seja agradável ao Sr. de Villefort. Creio que diz que se se tivessem verificado quatro mortes sucessivas noutro lado em vez de na casa do Sr. Procurador Régio, o Sr. Procurador Régio ficaria decerto mais impressionado.

- No entanto, o Dr. de Avrigny, que é o médico da minha mãe, diz que está muito acabrunhado - declarou Château-Renaud.

- Que procura, Debray?

- Procuro o Sr. Conde de Monte-Cristo - respondeu o jovem.

- Encontrei-o no bulevar ao dirigir-me para aqui. Ia a casa do seu banqueiro; parece que está de abalada - informou Beauchamp.

- A casa do seu banqueiro?... Mas o seu banqueiro não é o Danglars? - perguntou Château-Renaud a Debray.

- Creio que sim - respondeu o secretário particular com uma leve perturbação. - Mas o Sr. de Monte-Cristo não é o único que cá falta. Também não veio o Morrel.

- O Morrel conhecia-os? - perguntou Château-Renaud.

- Creio que fora apresentado apenas à Sr.ª de Villefort.

- Não interessa, devia ter vindo - disse Debray. - De que falará esta noite? Este funeral é a notícia do dia... Mas caluda que vem aí o Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos, que se vai julgar obrigado a fazer o seu pequeno speech ao primo lacrimoso.

E os três rapazes aproximaram-se da porta para ouvir o pequeno speech do Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos.

Beauchamp dissera a verdade: quando se dirigia para casa de Villefort encontrara Monte-Cristo, que, pela sua parte, se dirigia para o palácio de Danglars, na rua da Chaussée-d'Antin.

O banqueiro vira da sua janela a carruagem do conde entrar no pátio e viera ao seu encontro com uma expressão triste, mas afável.

- Então, conde - disse, estendendo a mão a Monte-Cristo -, vem apresentar-me as suas condolências? Na verdade, a infelicidade persegue a minha casa, e de tal modo que quando o vi chegar perguntava a mim mesmo se não desejara a desgraça dos pobres Morcerfs, o que justificaria o provérbio: «Quem, mal quer, mal lhe acontece.» Pois dou-lhe a minha palavra de honra de que não desejei mal ao Morcerf. Era talvez um bocado orgulhoso para um homem que viera do nada como eu e que como eu devia tudo a si mesmo, mas cada um tem os seus defeitos. Acautele-se, conde! Olhe que as pessoas da nossa geração!... Mas, desculpe, o senhor não é da nossa geração, é ainda um rapaz... As pessoas da nossa geração não são felizes este ano. Prova-o o nosso puritano procurador régio, prova-o Villefort, que acaba de perder também a filha. Portanto, recapitulando: Villefort, como dizíamos, perde toda a família de uma forma estranha; Morcerf, desonrado, suicida-se; eu sou coberto de ridículo por esse celerado do Benedetto, e ainda por cima...

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pág. 963 (Capítulo 104)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 963

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069