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Capítulo 4: Capítulo 4

Página 46
aquele que ali está deixa cair o escopro! Com efeito!

João Romão ficou calado, a cismar, enquanto voltavam. Vinham ambos pensativos.

— E você, se eu o tomar, disse depois o vendeiro, muda-se cá para a estalagem?...

— Naturalmente! não hei de ficar lá na cidade nova, tendo o serviço aqui!...

— E a comida, forneço-a eu?...

— Isso é que a mulher é quem a faz; mas as compras saem-lhe da venda...

— Pois está fechado o negócio! deliberou João Romão, convencido de que não podia, por economia, dispensar um homem daqueles. E pensou lá de si para si: “Os meus setenta mil-réis voltar-me-ão à gaveta. Tudo me fica em casa!”

— Então estamos entendidos?...

— Estamos entendidos!

— Posso amanhã fazer a mudança?

— Hoje mesmo, se quiser; tenho um cômodo que lhe há de calhar. É o número 35. Vou mostrar-lho.

E aligeirando o passo, penetraram na estrada do capinzal com direção ao fundo do cortiço.

— Ah! é verdade! como você se chama?

— Jerônimo, para o servir.

— Servir a Deus. Sua mulher lava?

— É lavadeira, sim senhor.

— Bem, precisamos ver-lhe uma tina.

E o vendeiro empurrou a porta do fundo da estalagem, de onde escapou, como de uma panela fervendo que se destapa, uma baforada quente, vozeria tresandante à fermentação de suores e roupa ensaboada secando ao sol.

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Capa do livro O Cortiço
Páginas: 239
Página atual: 46

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 16
Capítulo 3 27
Capítulo 4 39
Capítulo 5 47
Capítulo 6 53
Capítulo 7 61
Capítulo 8 76
Capítulo 9 89
Capítulo 11 126
Capítulo 12 138
Capítulo 13 147
Capítulo 14 156
Capítulo 15 165
Capítulo 16 175
Capítulo 17 186
Capítulo 18 190
Capítulo 19 196
Capítulo 20 208
Capítulo 21 216
Capítulo 22 227
Capítulo 23 234