CAPÍTULO X – SOMBRA (A RAIMUNDO DE BULHÃO PATO)
Quando Cristo sentiu que a sua hora
Enfim era chegada, grave e calmo,
Sereno se acercou dos que o buscavam.
A turba vinha em armas. Mas, de tantos,
Nem um só se atreveu a dar um passo,
A pôr a mão no Filho do Homem. - Todos
De olhos no chão, as armas encobriam
Ante Jesus inerme.
Então aquele
Que o tinha de entregar, aproximando-se,
O tomou nos seus braços, murmurando:
Que Deus te salve, Mestre! e, sobre a face
O beijou, como fora contratado:
Então os mais, chegando-se, o prenderam.
Mas Jesus, sem os ver, lhes perdoava:
De olhos no céu, seguia-os sereno.
Era duro o caminho. Sobre um monte
Iam e, dos dois lados, lá em baixo,
Cobria a treva a terra toda.
Quando,