CAPÍTULO V - NO TEMPLO
I
O Povo há-de inda um dia entrar dentro do Templo,
E há-de essa rude mão erguer-se sobre o altar;
E há-de dar de piedade um grande e novo exemplo,
E, ao púlpito subindo, o mundo missionar.
Heis-de essa voz solene ouvir - na nave augusta
O canto popular ao longe soará;
E a pedra, carcomida às mãos do tempo e adusta,
Ansiosa palpitando, o hino escutará!
O Povo há-de fazer-se, então, bispo e levita;
E será missa-nova a missa que disser:
E há-de achar ao sermão por tema o que medita
Hoje confuso e está na mente a revolver.
Então, por essa imensa abóbada soando,
Há-de correr o som de um órgão colossal;
E uma outra cruz no altar, outro esplendor lançando,
Há-de radiar luz nova às letras do missal.