Sinopse:Colectânea de poesias, de Antero de Quental, dedicada a Germano Meireles, publicada em 1865, que, reflectindo as influências do humanitarismo de Proudhon e da dialéctica evolucionista de Hegel, rompeu com a temática sentimentalista que caracterizou a segunda geração romântica e impôs o romantismo social, marcado pelo fervor revolucionário, pela sede de justiça social e pela crença na apoteose futura da verdade.
Na célebre "Nota" posfacial, Antero formula uma concepção socialmente militante da missão do poeta e da poesia, voltada para a "reconstrução do mundo humano sobre as bases eternas da Justiça, da Razão e da Verdade, com exclusão dos Reis e dos Governos tirânicos, dos Deuses e das Religiões inúteis e ilusórias", sustentando, assim, uma prática poética inconciliável com o que designa de "arte pela arte", isto é, uma poesia meramente decorativa.