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Capítulo 13: CAPÍTULO XII

Página 114

Ao escurecer do dia seguinte, o preso foi conduzido do governo civil do porto para a relação com um mandado do carcereiro na baioneta do sargento. Quando saía do governo civil, já Libânia e o munes, que se antecipara a procurá-la em Ramalde, o esperavam. A Libânia era uma forte mulher para os trabalhos da vida. Fitou-o com um rosto aceso de coragem, um sorriso afoito, e disse-lhe muito animosa:

- Alma até almeida e de almeida para diante alma sempre!

Veríssimo ocupou o quarto de malta n° 2, com uma rasgada janela sobre o douro, um quarto cheio de luz e de sol, de onde tinha saído o gravito para a forca - elucidou o carcereiro, e mostrou-lhe no grosso alisar da porta as iniciais de alguns padecentes com a data de 1829.

A Libânia e mais o Torcato pernoitaram na estalagem do cantinho, na rua do loureiro, e passavam o mais do tempo na relação. Ao fim de seis dias já o munes requeria a soltura do preso, por falta de nota da culpa; mas a pronúncia chegou ao oitavo dia, da comarca da póvoa. O preso agravou para a relação. Era juiz-relator do agravo o conselheiro Fortunato leite, natural do douro, que, quinze anos antes, no reinado de D. Miguel, tinha sido amigo de Norberto Borges, e lhe devera a fineza rara de o avisar na véspera do dia em que lhe havia de cercar a casa por ordem do facinoroso corregedor de vila real, o albano, que os liberais mataram, no meio de uma escolta, em 1836. Quando o relator folheava o processo, os apelidos do preso, a naturalidade, os pormenores, sugeriram-lhe memórias da sua perseguição em 1831, e o salvar-se tão extraordinariamente pela amizade do meirinho-geral. Informou-se e evidenciou que o Norberto Horges, de Alvações do corgo, era pai do preso. Estava pois salvo o filho do seu benfeitor, sem

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pág. 114 (Capítulo 13)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 114

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196