Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 14: CAPÍTULO XIII

Página 124

Um oficial de pedreiro de Prazins, que trabalhava com o mestre Zeferino, contou-lhe que uma noite se enganara com o luar, e, pensando que era dia nado, se levantara para ir para a obra; mas que ao passar por diante da casa do Simeão ouvira duas horas no relógio, e vira luz pelas frestas de uma janela. Que se pusera à coca debaixo de um carvalho, a desconfiar que a luz àquela hora não era coisa boa, e estivera, vai não vai, à pernas para que te quero, lembrando-se se seria bruxedo ou alma penada, porque se dizia que a Genoveva do Simeão, a que se deitara ao rio, não podia entrar no purgatório, e morrera com o diabo no corpo, salvo seja. Estava nisto quando a luz se sumiu, e se coou pelas frestas de outra janela, e logo depois noutra mais baixa, onde um homem podia chegar com o cabo de um machado. Nisto apagou-se a luz e abriu-se a janela de portadas sem vidros. Dava-lhe a chapada do luar; era como se fosse dia. O pedreiro, muito no escuro da ramaria do carvalho, viu apontar uma cabeça e depois meio corpo de homem, que se pôs às cavaleiras do peitoril da janela, manteve-se a olhar e a escutar a um lado e outro; depois desmontou-se muito devagarinho, sem tugir nem mugir, pendurou-se no peitoril e deixou - se cair, ficando em pé. A janela fechou-se, e o José dias, que o operário conheceu como se o visse ao meio-dia, meteu-se ao caminho de Vilalva, por sinal que levava sapatos de borracha que brilhavam ao luar como um espelho.

O oratoriano Manuel Bernardes, como é notório, escreveu um livro edificante, muito piedoso, chamado armas da castidade. O místico filho de S.

Filipe Néri, com duas palavras sãs, de um realismo seráfico, cabalmente explicou a situação de outro José dias a respeito de outra marta, conhecia-lhe o leito, dizia ele.

<< Página Anterior

pág. 124 (Capítulo 14)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 124

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196