Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: CAPÍTULO XIV

Página 139
Deitou-se, com promessa de ir no dia seguinte para Caldelas; mas nunca mais se levantou, nem fez inúteis esforços.

Osório não o desamparou. Ia à sua igreja dizer a missa dominical e voltava para Vilalva com as respostas de marta aos bilhetes que José lhe escrevia - poucas linhas em que ainda por vezes lampejavam alegres esperanças.

Toda a influência de Osório não conseguiu que o enfermo recebesse a mãe no seu quarto. Não lhe podia perdoar o ódio que ela tinha a marta; e bradava que a fazia responsável perante deus da desonra da desgraçada menina. A velha escutava estes tremendos emprazamentos para a eternidade, e dizia de si consigo, a beata: - bem me fio eu nisso.

Por fim, já não podia escrever, nem levantar a cabeça no travesseiro; mas perguntava ao Osório se tinha notícias de marta; que pedisse ao irmão que fosse lá, e lhe dissesse que ele estava mais doente e não podia escrever.

Um desses recados motivou o bilhete que se copiou na introdução deste livro, e que o moribundo já não pôde ler. Desde que a mãe lhe meteu à força dentro do quarto o vigário com a extrema-unção, um homem de opa com a campainha, outro com a água benta na caldeirinha, mais dois com tochas, e outros com a sua devota curiosidade, o moribundo caiu na modorra comatosa, e apenas, com longos espaços, tinha mis acessos sibilantes de ligeira tosse seca. Abria então os olhos, que fitava no rosto de Osório, e às vezes circunvagava-os espavoridos como em busca da visão espectral da mãe, que o vigário de Caldelas cuidadosamente e com doloroso constrangimento defendia de entrar à alcova.

Em Prazins ouvia-se dobrar a defunto em Vilalva. Marta perguntou ao pai quem tinha morrido.

Ele respondeu serenamente:

- Dizem que foi o dias que está com deus. Reza-lhe por alma, que é o que ele precisa agora.

<< Página Anterior

pág. 139 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 139

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196