Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 17: CAPÍTULO XVI

Página 162

Armou a clavina, aparafusou as braçadeiras, a culatra e a fecharia, introduzindo a agulha. Aperrou e desfechou o cão repetidas vezes, acompanhando o movimento com o dedo polegar, para certificar-se de que o desarmador, a caixeta e o fradete trabalhavam harmonicamente. Levantou o fuzil de aço, que fez um som rijo na mola, e friccionou-o com pólvora fina; e, com o bordo de um navalhão de cabo de chifre, lascou a aresta da pederneira que faiscava.

- Valha-me a virgem! Valha-me a virgem! - soluçava a mulher. E ele, zangado com as lástimas da mulher, com expansão raivosa, num sfogato:

E viva a nossa rainha,

Luisinha

Que é uma linda capitoa...

- Vai à loja atrás da seira dos figos e traz o maço dos cartuchos e uma cabacinha de pólvora de escorvar que está ao canto.

A mulher dava-lhe as coisas, a tremer, e fazia invocações ao bom jesus de braga, e às almas santas benditas. Ele encarou-a de esconso, e regougou:

- Mau!... Mau!..

Carregou a. Clavina com a pólvora de um cartucho; bateu com a coronha no sobrado, e deu algumas palmadas na recâmara para fazer descer a pólvora ao ouvido. Fez duas buchas do papel do cartucho, bateu-as com a vareta ligeiramente, uma sobre a pólvora e a outra sobre a bala.

Agora, a gora, agora,

Luisinha, agora.

Depois, pegou da clavina pela guarda-mata, e pôs-se a fazer pontarias vagamente, passeando um olho, com o outro fechado, desde a mira ao ponto.

A mulher fora sentar-se no sobrado, à beira da enxerga de três filhos a chorar; o mais novo esperneava, dava vagidos na cama a procurá-la. Ó alma negra fora dentro beber uns tragos de aguardente, voltou enroupado num capote de militar, despojo das batalhas da maria da fonte.

- Ora agora - disse ele - ouviste? Porta da cozinha e a cancela da horta aberta, porque eu venho pelo lado do pinhal.

<< Página Anterior

pág. 162 (Capítulo 17)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 162

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196