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Capítulo 17: CAPÍTULO XVI

Página 165
O taverneiro abriu a porta para escoar o turbilhão. Eles saíram de roldão; e, quando entestaram com a treva exterior, mantiveram-se cegos como num antro de caverna. Um, porém, dos que estavam, não saiu; encostara-se ao mostrador com as mãos no baixo ventre, gritando que o mataram; e, vergando sobre os joelhos, num escabujar angustioso, caiu de bruços, quando o taverneiro e o Tagarro o seguravam pelos sovacos. Era o Zeferino.

Quando, à meia-noite, o alma negra entrava em casa pela porta do quintal, encontrou a mulher ainda de joelhos diante da estampa do bom jesus do monte. Ao lado dela estavam duas filhas a rezar também, a tiritar, embrulhadas numa manta esburacada, aquecendo as mãos com o bafo.

O melro mandou deitar as filhas, e foi à loja contar à mulher, lívida e trémula, como o Zeferino morreu sem ele pôr para isso prego nem estopa. Ela pôs as mãos com transporte e disse que fora milagre do bom jesus; que estivera três horas de joelhos diante da sua divina imagem. O marido objetava contra o milagre - que o compadre não lhe dava a casa, visto que não fora ele quem vindimara o Zeferino; e a mulher - que levasse o demo a casa; que eles tinham vivido até então na choupana alugada e que o bom jesus os havia de ajudar.

Ao outro dia, o Joaquim melro convenceu-se do milagre, quando o compadre, depois de lhe ouvir contar a morte do pedreiro, lhe disse:

- Enfim, você ganha a casa, compadre, porque matava Zeferino, se os outros não matam ele, hem?

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pág. 165 (Capítulo 17)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 165

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196