Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 18: CAPÍTULO XVII

Página 167
- que se havia de afazer, que tudo esquecia com o tempo. Ela, um pouco aristocrata por bastardia, não acreditava em melindres de sentimentalidade na filha do lavrador parrana e da Genoveva da vida airada. O apaixonar-se pelo dias, um bonito rapaz de aldeia, parecia-lhe trivial; tentar suicidar-se quando ele morreu, para uma senhora lida em novelas românticas, era um caso ordinário e pouco significativo; porém, condescender com a vontade do pai, casando com o tio, pareceu-lhe um acto de condição plebeia, a natureza reles da filha do Simeão que afinal dominava estupidamente as indecisas manifestações de uma índole artificialmente delicada.

O padre compreendia mais humanamente marta, dizendo à irmã:

- Ela quando consentiu em casar com o tio já estava doente da moléstia nervosa que a há - de levar ao suicídio.

D. Teresa, com o seu critério um pouco adulterado pelas excêntricas heroínas de sue e dumas, não podia entroncar aquela rapariga de uma aldeia minhota na genealogia dessas parisienses naufragadas em romanescas tempestades. E demais, se marta, como o irmão dizia, estava sob a influência da loucura, a sua desgraça parecia-lhe uma doença e não uma tragédia, segundo as exigências de uma senhora que tinha lido o mais seleto da biblioteca romântica francesa desde 1835 a 1845 - tudo o que há de mais falso e tolo na literatura da europa. D. Teresa queria mais drama na desgraça de marta; porque, se alguma poesia elegíaca lhe concedera pela tentativa de matar-se, toda se resolvia em chilra prosa pelo facto de a imaginar no tálamo conjugal com o arganaz do tio.

Eram horas de deitar. O padre tinha ido para Caldelas a fim de dizer a missa de madrugada, e deixara a irmã a pedido de marta; o barão do rabaçal escancarava a boca nuns bocejos ruidosos e levantava uma perna espreguiçando-se; o noivo olhava para o mostrador do relógio colado aos olhos; e marta, muito aconchegada de D.

<< Página Anterior

pág. 167 (Capítulo 18)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 167

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196