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Capítulo 18: CAPÍTULO XVII

Página 169
Ele, muito carinhoso, com o monóculo no olho direito, a oferecer-lhe castanhas de ovos, toucinho do céu, a pegar-lhe da mão e a fazer-lhe festas no rosto muito corado de pudor. D. Teresa discretamente deixou-os sozinhos. A marta ficou a olhar para a porta por onde a amiga se evadira, e fazia uns gestos de quem meditava raspar-se; mas o marido tinha-a segura pelas mãos mimosas, beijando-lhas ambas com uma sensualidade delicada, um pouco babada, mas muito comedida, estendendo os beijos quentes e húmidos até aos pulsos lácteos e redondinhos. Marta, numa impassibilidade, não se recusava às carícias, e pareceu mesmo inclinar um pouco o rosto quando o esposo com um bom sorriso do amor dos quinze anos lhe pediu um beijinho, que foi mais demorado do que era de esperar da sua candura e da inexperiência de tais delícias. Estavam ambos rosados; mas o rubor de marta era carminado de mais e nos seus olhos havia uma rutilação vaga pela extensão da grande sala. Ela via a sombra de José dias: era o José dias em pessoa, dizia ela depois a D. Teresa, quando recuperou os sentidos, e não sabia como a transportaram para a cama da sua amiga. Apenas se lembrava de que o tio, depois que a beijara no rosto, a levara pelo braço e entrara com ela no seu quarto, apertando-a muito ao peito, levantando-a nos braços com muita força, não a deixando fugir e sufocando-lhe os suspiros com os beijos. Não se lembrava de mais nada. E D. Teresa, quanto cabia na sua alçada, contava-lhe o resto imperfeitamente; isto é, que o marido a fora chamar ao laranjal, um pouco aflito, dizendo que a sua esposa estava na cama sem sentidos; e pedia vinagre para lhe chegar ao nariz.

Padre Osório veio jantar e buscar a irmã. Observou no aspeto do brasileiro uma irradiação de felicidade, o júbilo de uni homem que se sentia impavidamente completo, na integridade da sua missão filogínica.

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 169

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196