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Capítulo 18: CAPÍTULO XVII

Página 170
Foi então que o padre assentou as suas Teonas um pouco flutuantes acerca das vantagens da castidade em benefício das impurezas alheias.

O Feliciano, quando o cirurgião chegou à tarde, contou-lhe com pouco recato de pudicícia conjugal as circunstâncias, particularidades ocasionadas no “fanico da sua esposa”, dizia ele. O facultativo, um velho patusco, disse que não se admirava, porque a Sra. D. Marta era muito nervosa, imperfeita ainda na sua organização, e que as impressões desconhecidas e um pouco violentas nas constituições fracas produziam extraordinárias perturbações; mas que não se assustasse, que não era nada; que as segundas naturezas se faziam com o hábito.

- Banhos de mar - aconselhava - bife na grelha e vinho do porto, quanto mais choco melhor. O que se quer cá fora é um rapaz; não há como um filho para fortalecer a compleição de uma mulher débil; um filho, quando sai do ventre da mãe, traz consigo para fora os maus nervos, e acabam os chiliques. Ande-me com um rapagão para a frente!

Na ausência de D. Teresa, a melancolia de marta cerrava-se de dia para dia. O governo da casa era-lhe de todo indiferente, como se fosse hóspede. O marido não a compelia a interessar-se nesses arranjos de que, dizia o Simeão, ela nunca quisera saber em Prazins. O barão do rabaçal mandara-lhe do porto cozinheira e governanta. Marta saía raras vezes de uma saleta onde tinha um oratório que trouxera de casa. Confessava-se mensalmente a frei roque, o irmão da sua mestra, e professor do de Vilalva, e demorava-se no confessionário com perguntas desvairadas a respeito da alma de José dias, porque dizia ela ao padre-mestre que o via muitas vezes em corpo e alma, e até o ouvia falar e lhe sentia as mãos no seu corpo. O frade, sem revelar o sigilo da confissão, dizia à irmã que a marta dava em doida como a mãe.

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pág. 170 (Capítulo 18)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 170

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196