Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 4: CAPÍTULO III

Página 31
Depois, o ave espraiava-se em murmúrios de lago dormente, muito barrento, e deixava-se apegar. O alferes, com a água pela cinta, desatascou-se dos lamaçais de além; e, horas depois, repassando o ave na ponte da lagoncinha, e, vencidas duas léguas de chafurdeiros e barrocas, entrava na sua casa das lamelas, bebia um grande trago de genebra, e, floreando a espada, bradava: “viva o Sr. D. Miguel II”

Depois, sobreveio-lhe um reumatismo articular, e ficou tolhido.

Sete anos passados, quando todas as aldeias do Minho conclamavam D. Miguel, ele ainda vivia, mas entrevado num carrinho, e chorava, em impotentes arquejos do corpo paralítico, porque não podia amolar a lâmina da espada nos ossos dos malhados.

Tinha-a diante dos olhos pendurada numa escápula com o boldrié e a banda. As vezes, depois de beber, punha-se a olhar para ela com os olhos envidraçados de lágrimas, e pedia que a metessem na sua sepultura, que o enterrassem com ela. E enterraram. Espera-se que o esqueleto deste legitimista, com as falanges esburgadas e recurvas no punho azevrado da espada, ressuscite, ao ulular da trombeta, na ressurreição geral das legitimidades. Ponto é que a Rússia se mova - como dizia o frade de barrimau.

<< Página Anterior

pág. 31 (Capítulo 4)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 31

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196