Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 5: CAPÍTULO IV

Página 33
Quando passava em frente da casa do Simeão, em Prazins, olhou de esguelha, por debaixo da aba do chapéu, para o lavrador que estava apondo os bois ao carro, e regougou um arrastado pigarro de goelas encatarroadas; e, dando de espora à andadeira, deixou cair o pau ferrado ao longo da perna. “qualquer dia estou-te em cima!”, dizia para si, ladeando a besta em corcovos chibantes. O Simeão, quando o perdeu de vista, murmurou: - valha-te o diabo, banabóia!

O ex-capitão-mor de santa marta respondeu às perguntas do primo de barrimau; e, como o portador se recomendou na qualidade de afilhado do fidalgo e filho de um alferes que comandara o ataque de 1838 sobre santo urso, o Cristóvão bezerra tratou-o muito bem e pediu-lhe notícias desse ataque a santo tirso que ele não conhecia. O pedreiro contou a façanha do pai, a nadar, com a espada nos dentes; e o fidalgo, quando soube que ele estava entrevado, disse pungidamente: mal empregado! - que um general romano fizera o mesmo e que o levasse às caldas de Vizela à bomba quente.

Como estava conversando com o filho de tamanho realista, fez-lhe confidências: - que D. Miguel estava perto dali; mas não recebia ninguém porque os malhados já o espreitavam em Portugal. Que a aclamação havia de começar em terras de Bouro, e estender-se até lisboa; e que estivesse certo que el-rei nosso senhor lhe daria a patente do pai ou talvez mais. O pedreiro esfregava os joelhos com as mãos e bamboava-se hilariante na cadeira como um idiota. Tirou da algibeira da véstia uma saquita de missanga, onde tinha três peças e sete pintos. Pôs o dinheiro com estrondo diante do bezerra - que o mandasse a el-rei para as suas despesas; que eu, acrescentou, há quatro anos que lhe dou uma moeda de ouro por ano; ele há de saber pelo rol quem é o Zeferino das lamelas, porque o padre luís de sousa couto, do porto, disse-me que el-rei conhece de nome todos os que lhe mandam dinheiro.

<< Página Anterior

pág. 33 (Capítulo 5)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 33

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196