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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII

Página 73
Quando o Cerveira lhe perguntou: - que tal? O que dizia ele? - dobrava a carta vagarosamente, encolhia os ombros e respondia:

- Enfim... Não sei...

- Não sabe o quê? Lá que eu lhe levo o dinheiro, isso levo. Pudera não! Tudo o que eu tiver até à camisa do como. Ou se é amigo ou não se é amigo, hem? Que diz a isto, padre?

- Se quem escreveu esta carta é o Sr. D. Miguel, faz v. Exa o que deve, porque faz o que pode; mas seria bom ter a certeza...

- De que é o rei que me escreve?

- Sim.. A prudência... Há muito maroto por esse mundo.

- O padre está então a ler! Cuida que eu lhe dava o meu dinheiro sem o ver? Hei de vê-lo com estes, e ouvi-lo falar primeiro. Mas deixe-se de asneiras, padre rocha! É tão certo deus estar no céu como ele estar em calvos.

- Bem! - atalhou o rocha apressado, erguendo-se - quando vai v. Exa a calvos?

- Hoje é terça-feira; a roupa chega de braga na sexta, e parto no sábado. Ora agora, vou lá mandar o Zeferino a dizer-lhe que vou beijar-lhe a mão e levar-me os três contos. Se faz favor, escreva-me aí duas linhas, só duas linhas, a dizer isto.

O padre escreveu, e saiu muito preocupado. Celebrou a missa a D. Andresa, e pediu-lhe licença para se ausentar por três dias. Relatou à fidalga as suas desconfianças, o dever que se impunha de salvar o pobre idiota de alguma cilada à sua imbecilidade, e talvez de um roubo à mão armada.

- Mas quem sabe se é na verdade o D. Miguel que lhe pede o dinheiro? - refletia D. Andresa, discreta e sensibilizada.

- É o que eu vou saber.

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 73

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196