Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 10: CAPÍTULO IX

Página 82
)]

- Não seja asno! - volveu o sargento. Este homem não é D. Miguel. É um falante que o está aqui a comer a você e mais aos patolas tia sua laia. Vá-lhe buscar a roupa, senão ele entra na escolta em mangas de camisa.

- Dê licença que este senhor se vá vestir ao seu quarto - suplicou o abade.

- Sim, que se arranje com guardas à vista. - e acompanhou-os à saleta.

Quando envergava o casaco de pano piloto, o abade disse-lhe, com um gesto, que o dinheiro das botelhas de braga ia nas algibeiras do paletó.

O sargento perguntou que papelada era aquela que estava sobre a mesa. Leu a primeira folha e desatou a rir e a dizer ao barbaças:

- Olha que grande pândego você é! Você como se chama, ó seu coisa? - e leu alto:

Rol das mercês que a sua majestade o senhor D. Miguel I fez em Portugal e que se descrevem neste livro de apontamentos provisoriamente.

E na primeira página:

Marcos António de faria rebelo, abade de são Gens de calvos, capelão-mor de el-rei e dom prior de Guimarães.

E perguntava ao abade:

- Este ratão deste dom prior é você, hem? Parabéns!

Em seguida:

Torcato Munes Elias, visconde de são Gens, secretário privado de el-rei.

- Torcato Nunes! - recordava o pílula. - eu parece-me que conheço este diabo de o ver em braga no café da açucena, na cruz de pedra. Nunes! Um pelintra. Onde está o visconde, que lhe queda dar um cigarro? Enfim cá levo a papelada para braga - e enrolava os papéis. - a gente precisa conhecer os titulares novos para os respeitar e acatar, amigo dom prior de Guimarães.

Quando a escolta se formou fora do portão e o preso entrou ao centro, com a cara majestosa abatida e os braços cruzados, levantou-se na residência um choro como à saída de um defunto muito querido. Eram a cozinheira e a outra criada, num arrancar de soluços, enquanto o abade afogava os gemidos com o rosto apanhado nas mãos.

<< Página Anterior

pág. 82 (Capítulo 10)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 82

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196