Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 14: CAPÍTULO XIV - PLANOS DO ABADE

Página 88
CAPÍTULO XIV - PLANOS DO ABADE

Acredita-se que os nove estudantes processados guardaram inviolado segredo, por mais induzidos que foram a declarar os cúmplices. Ainda assim, a Justiça, devassando, achou provas convincentes da cumplicidade dos quatro. E não era preciso grande faro para ir na pista de Bernardo Moniz, combinando-se os indícios por maneira insólita nos casos contingentes.

Primeiro as ideias políticas. Depois a notória amizade entre Bernardo e Domingos dos Reis. Além disto, a frequente hospedagem que os Monizes davam ao maior número, se não a todos os presos. Acrescia o testemunho de académicos vizinhos que deram fé e notícia dos extraordinários movimentos na casa dos Monizes, durante a noite da véspera, e durante o dia do assalto. Por última e máxima prova, o desaparecimento inesperado dos dois irmãos com criados e cavalos, sem de antemão terem anunciado a alguém o propósito.

A prova máxima para a Justiça não era assim mesmo concludente. Alguns estudantes saíram logo de Coimbra, sem leve incriminação no inescusável atentado: para intimidá-los bastava a restauração do absolutismo, contra o qual se tinham arregimentado, e a maior ou menor convivência com alguns dos presos. Muitos saíram e voltaram 2 a concluir formatura cinco anos depois. Outros emigraram e desistiram de graduar-se. Porém de todos os Monizes e mormente de Bernardo, a justiça conimbricense formou logo conceito idóneo e bastante a expedir secretas ordens de prisão ao juiz de fora de Viseu, levadas por águazil que jornadeou toda a noite de 19 para 20 de Março.

O esbirro chegou a Viseu no dia 20 às duas horas da tarde, e Bernardo Moniz, à vista de Viseu, endireitou para Espinho por atalhos montanhosos já conhecidos desde a infância, enquanto Norberto seguia estrada direita, e chegou de noite à residência.

<< Página Anterior

pág. 88 (Capítulo 14)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Retrato de Ricardina
Páginas: 178
Página atual: 88

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I - O ABADE DE ESPINHO 1
CAPÍTULO II - UM AMIGO! 9
CAPÍTULO III – REAÇÕES 12
CAPÍTULO IV - BERNARDO MONIZ 19
CAPÍTULO V - MÃE E FILHA 25
CAPÍTULO VI – AGONIAS 32
CAPÍTULO VII - O QUE ELA PEDIA A JESUS 39
CAPÍTULO VIII - O BEM-FAZER DA MORTE 45
CAPÍTULO IX - ATÉ QUE ENFIM! 52
CAPÍTULO X - A SORTE 59
CAPÍTULO XI - MEMÓRIAS DOLOROSAS 66
CAPÍTULO XII – ESPERANÇAS 75
CAPÍTULO XIII - NORBERTO CALVO 80
CAPÍTULO XIV - PLANOS DO ABADE 88
CAPÍTULO XV - COMO O SENTIMENTO DA GRATIDÃO FEZ UM TIGRE 94
CAPÍTULO XVI - E O SOL NASCIA FORMOSO! 104
CAPÍTULO XVII - ENTRE A DEMÊNCIA E A MORTE 112
CAPÍTULO XVIII - O QUE FEZ A IGNORÂNCIA DO ESTILO FIGURADO 118
CAPÍTULO XIX - TÁBUA DE SALVAÇÃO 122
CAPÍTULO XX - OBRAS DO TEMPO 125
CAPÍTULO XXI - VANTAGENS DE CINCO PRÉMIOS 132
CAPÍTULO XXII - OS “DEZ-RÉIS” DA VISCONDESSA 136
CAPÍTULO XXIII - A RODA DA FORTUNA 141
CAPÍTULO XXIV - A NETA DO ABADE DE ESPINHO 147
CAPÍTULO XXV - O CORAÇÃO NÃO SE REGULA PELAS LEIS VISIGÓTICAS 156
CAPÍTULO XXVI - O REPATRIADO 161
CAPÍTULO XXVII - O RETRATO DE RICARDINA 166
CAPÍTULO XXVIII - ENFIM... 171
CAPÍTULO XXVIII – CONCLUSÃO 177