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Capítulo 31: Conclusão

Página 172
Conclusão

Restaurado de forças físicas à proporção que a alma lhe remoçava, o conde ordenou, em tom militar, que toda a sua família das Boticas se transferisse para Ponte do Lima. Francisco José da Costa contrariou seu sogro, alegando que se tinha contratado por tempo de três anos com o município, e não podia deixar os seus doentes, sem que o seu lugar estivesse ocupado. O conde tais artes usou, de inteligência com Pizarro, que dias depois um médico, com vantajosíssima oferta pecuniária do conde, se oferecia a substituir Costa.

Mudou-se a família para Ponte.

Dias depois, Ângela era agraciada com o título de condessa de Gondar, e seu marido participante do título, em duas vidas.

Francisco Costa, lendo o ofício do ministério do Reino, dirigiu-se ao sogro, e disse risonho:

- Um operador de cataratas conde! Meu querido amigo! Não queira vossa excelência afugentar de mim os doentes pobres que precisam dos meus serviços! Os enfermos indigentes que tem um colmeiro de palha como leito não ousariam chamar à sua caverna um conde. O pobre que se chama simplesmente Francisco folga e alegra-se de poder chamar Sr. Francisco ao irmão que lhe faz a receita. O título que vossa excelência pode sem custo e com muitíssimo proveito dar ao marido da condessa de Gondar, é permitir que ela pague do seu bolsinho ao boticário as receitas que eu mande aviar, e dar-ma também como auxiliar na cura dos pobrezinhos que adoecem de fome e frio.

O conde de Gondar viveu dez anos a mais ditosa existência de velho. Ainda viu seis netos à volta dele, perfumando-lhe de primaveras aqueles dez invernos cheios de sol.

Morreu aos oitenta, encostando serenamente a face sobre o braço da filha, que lhe dava a oscular a Cruz de Cristo.

Um ano antes tinha descido abençoada à sepultura aquela primorosa Vitorina, legando os seus cordões restaurados, e um bom casal que lhe dera Ângela à filha mais velha de sua ama.

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pág. 172 (Capítulo 31)

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Capa do livro Os Brilhantes do Brasileiro
Páginas: 174
Página atual: 172

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Aflições sudoríferas 1
II - 1.600$000 Réis! 5
III - Retratos do natural 12
IV - Tribunal de honra 15
V - Considerações plásticas 20
VI - Amigos do seu amigo 26
VII - Revelações cómicas 32
VIII - Revelações tristes 36
IX - Amores fatais 41
X - O Poeta 48
XI - Sonhos e esperanças 55
XII - A Fuga 59
XIII – Desamparo 63
XIV - Via dolorosa 68
XV - Meio milhão! 76
XVI - Por causa do Fígaro 85
XVII - História dos brilhantes 90
XVIII - A Infamada 100
XIX - Amor-próprio 106
XX - O Doente e o doutor 110
XXI - Morre Hermenegildo 119
XXII - Felicidade suprema 123
XXIII - Os homens honestos 132
XXIV - A Opinião pública 135
XXV - O Cego 141
XXVI - A Providência 145
XXVII - Vem rompendo a luz 149
XXVIII - Confidências do cego 154
XXIX - Luz! 162
XXX – Finalmente 168
Conclusão 172
Epílogo 174