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Capítulo 8: VII

Página 11
VII

Francisco de Lucena recebeu com espanto semelhante carta.

Bernardo da Silva embruteceu-se ao ler a sua.

João Leite deu quatro murros numa mesa, e sentiu-se suspenso no ar por uma legião de demónios raivosos.

Cada um fez seu papel; mas todos três reunidos deviam formar um grupo digno da melhor caricatura inédita!

Francisco de Lucena correu ao locutório do mosteiro, e fez ali aparecer imperiosamente a filha.

Quis forçá-la a declarar o nome do homem que a preocupara até a fazer má filha. Não lhe arrancou a menor revelação. Foi por outro caminho para chegar ao seu fim. Fez-se sentimental; lamentou, como com pai, as paixões invencíveis duma filha que se preza com extremo carinho; contou histórias análogas, que acabavam todas por casamentos desiguais, mas nem por isso menos venturosos. Pediu a sua filha o nome desse homem que a impressionara, e fez-lhe antegostar a possibilidade de casar-se, se não viesse dali uma absoluta desonra para a sua família.

O amor faz heróis, mas também faz patetas. Eulália desceu da sua altiva energia ao raso da toleima. Declarou o nome...o nome de quem? O nome, sem nome, do enjeitado, do aprendiz de alfaiate, do lacaio, do escudeiro!...

Que horror!

Nunca se viu um solavanco mais desamparado que o salto de tigre que Francisco de Lucena deu contra a grade que o separava da filha! Por Deus! Que a esgana se lhe chega! A pobre menina arrepiada como quem vê um lobo com as faces vermelhas, e as unhas recurvas, foge pelo dormitório, e fecha-se no quarto.

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Capa do livro Uma Praga Rogada nas Escadas da Forca
Páginas: 29
Página atual: 11

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Prefácio 1
I 2
II 3
III 4
IV 6
V 8
VI 9
VII 11
VIII 12
IX 14
X 17
XI 18
XII 20
XIII 22
XIV 23
XV 26
Conclusão 27