SETEÉ pueril. Mas temos de admitir agora que o começo da nova ora (a nossa) coincidiu com a agonia da antiga, era dos verdadeiros pagãos ou dos bárbaros, como os Gregos dizem. Enquanto a nossa civilização actual ia dando os primeiros sinais de vida, digamos que 1000 a. c., declinava a grande e velha civilização dos antigos: a grande civilização ribeirinha do Eufrates, Nilo, Indo, e ainda a menor civilização marítima do Egeu. É pueril negar a grandeza e a antiguidade de três civilizações ribeirinhas com as suas culturas intermediárias na Pérsia ou no Irão, no Egeu, em Creta ou Micenas. Não pretendemos que qualquer destas civilizações soubesse efectuar operações aritméticas com vários algarismos. É mesmo possível que não tivessem inventado o carrinho de mão. Uma criança do nosso tempo, com dez anos, talvez fosse capaz de batê-las por completo em aritmética, geometria ou mesmo, quem sabe lá, em astronomia. E daí?
E daí? Lá porque lhes faltavam os nossos modernos talentos mentais e mecânicos, os Egípcios, os Caldeus, os Cretenses, os Persas e os Hindus do Indo seriam menos «civilizados» ou menos «cultos» do que nós?