OITOO homem pensava e ainda pensa com imagens. Contudo, é difícil que as nossas imagens agora tenham algum valor emocional. Queremos que haja sempre uma «conclusão», um fim; nas nossas operações mentais queremos chegar sempre a uma decisão, a uma finalidade, a um ponto final. Sentimo-nos satisfeitos com isso. A nossa consciência mental é, toda ela, um movimento para a frente, um movimento com etapas como as nossas frases, e cada ponto final é um marco que nos assinala o «progresso» e a chegada a um lado qualquer. E lá vamos, no que respeita a consciência mental, andando para a frente. Ainda que não haja, claro está, nenhuma meta. A consciência é um fim em si. Torturamo-nos para chegar a um lado qualquer e, quando lá chegamos, vemos que não é lugar nenhum porque não há nenhum lugar aonde chegar.
Enquanto os homens pensaram no coração ou no fígado como sede da consciência, não tinham ideia nenhuma sobre esta incessante operação do pensamento. Para eles, um pensamento era a consumação total da consciência sensível, uma coisa que se acumulava, uma coisa que se aprofundava, em que o sentimento se aprofundava na consciência como sentimento até ser uma sensação de plenitude.