Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 18: CAPÍTULO VI

Página 108
CAPÍTULO VI

Dei um salto, corri à porta do beliche:

- Stewart! Stewart!

Stewart,(Criado dos quartos.) apareceu esguedelhado, quase nú.

- Que é? Estamos perdidos? Batemos num rochedo?

- Não sei. Não há de ser nada, o navio é seguro.

Ouvia em cima marinheiros correndo, o movimento que se faz num perigo.

- Estamos perdidos, pensei eu, vestindo-me com uma precipitação angustiada.

A cada momento esperava ver o navio descer, afundar-se, e uma enorme onda pesada entrar, alagar a cabine.

Corri à tolda. Giravam lanternas. quase todos tinham subido: os vestidos brancos, os penteadores das mulheres, davam aos grupos um vago mais lúgubre. A oficialidade estava impassível.

- Que foi? que foi? perguntei a alguém.

- Não se sabe, quebrou-se a máquina. Mas temos sobre nós um terrível vendaval…

- Estamos perdidos!

- O navio é seguro, respondeu o outro.

Ao lado diziam:

- O capitão devia deitar as lanchas ao mar.

O céu estava limpo: luziam estrelas. O vento assobiava mais forte. O navio tinha aquela oscilação lúgubre de bombordo a estibordo, que têm os grandes peixes mortos quando boiam ao cimo de água. Olhei os astros, o céu impassível, a água negra, - e senti um imenso desprezo pela vida.

Em roda de mim a cada instante ouvia-se versões contraditórias. Uns diziam que ficaríamos à capa, esperando firmemente o mau tempo; outros que o navio estava perdido… Um oficial disse ao passar:

- Oh, senhores! isto não vale nada: concerta-se; já me aconteceu duas vezes de Áden a Bombaim.

Não havia a menor confusão ; tudo continuava tão sereno e regular, como se caminhássemos num largo rio, à clara luz do sol. O comandante, enfim, apareceu:

- Meus senhores, disse ele, é apenas um contratempo. Houve um desarranjo grave na máquina.

<< Página Anterior

pág. 108 (Capítulo 18)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 108

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240