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Capítulo 5: CAPÍTULO IV

Página 18
CAPÍTULO IV

Escrevo-lhe hoje fatigado, e nervoso. Todo este obscuro negócio em que me acho envolvido, o vago perigo que me cerca, a mesma tensão de espírito em que estou para compreender a secreta verdade desta aventura, os hábitos da minha vida repousada subitamente exaltados, - tudo isto me dá um estado de irritação mórbida que me aniquila.

Logo que vi o cadáver perguntei violentamente:

- Que quer isto dizer, meus senhores?

Um dos mascarados, o mais alto, respondeu:

- Não há tempo para explicações. Perdoem ter sido enganados! Pelo amor de Deus, doutor, veja esse homem. Quem tem? Está morto? Está adormecido com algum narcótico?

Dizia estas palavras com uma voz tão instante, tão dolorosamente interrogativa que eu, dominado pelo imprevisto daquela situação, aproximei-me do cadáver, e examinei-o.

Estava deitado numa chaise-longue, com a cabeça pousada numa almofada, as pernas ligeiramente cruzadas, um dos braços curvado descansando no peito, o outro pendente e a mão inerte assente sobre o chão. Não tinha golpe, contusão, ferimento, ou extravasamento de sangue; não tinha sinais de congestão, nem vestígios de estrangulação. A expressão da fisionomia não denotava sofrimento, contração ou dor. Os olhos cerrados frouxamente, eram como num sono leve. Estava frio e lívido.

Não quero aqui fazer a história do que encontrei no cadáver. Seria embaraçar esta narração concisa com explicações científicas. Mesmo sem exames detidos, e sem os elementos de apreciação que só podem fornecer a análise ou a autópsia, pareceu-me que aquele homem estava sob a influência já mortal de um narcótico, que não era tempo de dominar.

- Que bebeu ele? perguntei, com uma curiosidade exclusivamente medica.

Não pensava então em crime nem na misteriosa aventura que ali me prendia; queria só ter uma história progressiva dos fatos que tinham determinado a narcotização.

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pág. 18 (Capítulo 5)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 18

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240