Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 10: TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I

Página 54
Deleita-te conversando depois contigo e repousando-te no seio tépido da melancolia, dessa deliciosa fada que só aparece evocada pelos namorados e pelos solitários, e que é na terra a irmã mais nova da tristeza, a irmã gatée, a irmã feliz!

Eu no entanto havia cortado a caixa de sardinhas, desgrudado a tampa da terrina e desarrolhado uma garrafa de vinho e uma garrafa de soda que misturara num copo.

Pus-me por fim a comer com apetite, com valor, com delícia, com uma espécie de bestialidade volutuosa, sentindo vagamente adejarem em volta de mim os espíritos benéficos do carcere que bafejaram as prisões de Sílvio Pelico.

É singular isto: achava-me bem!

Depois da ceia acendi um charuto e comecei a passear no quarto, dizendo comigo:

- Visitemos o país!

Na parede que ficava ao lado da porta por onde se entrava havia uma outra porta. Examinei-a. Estava apenas segura com um ferrolho exterior. Afastei a cama encostada à parede em que se achava esta porta e abri-a.

Era um armário na espessura do muro, largo, profundo, dividido a meia altura por um prateleiro espaçoso e solido.

Ocorreu-me que ao fundo do armário haveria talvez um tabique delgado através do qual me seria possível escutar o que se passasse na casa contígua.

Penetrei no armário, estendi-me no prateleiro, escutei. Do outro lado havia um ruido volumoso e maciço. Parecia que se estava arrastando um móvel pesado e grande.

O fundo do armário era efetivamente formado por um tapamento franzino. Era possível que tivesse havido primitivamente uma porta no lugar em que se fizera o armário. Havia um ponto em que a argamassa caíra, e eu via diante de mim um pedaço de ripa atravessada diagonalmente e descarnada da cal.

Peguei no saca-rolhas, e no lugar indicado fui esburacando devagarinho e progressivamente o cimento do muro, até operar um orifício impercetível, pelo qual me era dado ver a luz e ouvir distintamente o que se dizia do outro lado.

<< Página Anterior

pág. 54 (Capítulo 10)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 54

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240