Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 14: CAPÍTULO II

Página 86
Mais longe vaporizadas, docemente esbatidas nas nevoas azuis, as duras formas do monte Atlas. Nada se move: apenas às vezes uma pomba passa, voando com uma serenidade inefável. Um momento veio-nos de baixo, onde passava um regimento de Highlanders, o som das cornemuses que tocavam as arias melancólicas das montanhas da Escócia. E os sons chegavam-nos doces, etéreos, como se fossem habitantes sonoros do ar.

A condessa tinha ficado sentada, e imóvel, calada, penetrada daquela admirável serenidade das coisas, da beleza da luz, do sono da água, dos vivos aromas.

- Não é verdade, disse, que dá vontade de morrer aqui, brandamente, só…

- Só? perguntei eu.

Ela sorriu, com os olhos perdidos na bela decoração do horizonte luminoso.

- Só… disse ela, não!

- Ah! minha rica prima, cuidado! cuidado! observei eu. Começa-se cismando assim vagamente, vem um pequeno sonho bem inocente, acampa no nosso coração, começa, a cava-lo, e depois, querida prima, e depois…

- E depois vai-se jantar, disse o conde que tinha chegado ao pé de nós, radiante por ter apertado a mão de um coronel inglês, e colhido um cato vermelho.

Descemos ao hotel à noite passeávamos no Martilo. Era a hora de recolher; uma fanfarra inglesa tocava uma melopeia melancólica. Ouviu-se no mar um tiro de peça.

- Chegou o paquete da India, disse o nosso guia. E no alto do morro um canhão respondeu com um eco cheio e poderoso.

- Desembarcam, no dia em que chegam, os passageiros? perguntei.

- Os militares quase sempre, senhor. Vão desembarcar lá em baixo, com licença do governador.

Quando pelas 10 horas entrámos, depois de termos passeado ao luar nas esplanadas, sentimos na sala de Club-House, ruido, vozes alegres, estalar de rolhas, toda a feição de uma ceia de homens.

<< Página Anterior

pág. 86 (Capítulo 14)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 86

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240