Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 16: CAPÍTULO IV

Página 95

O conde subiu neste momento. Outras senhoras vieram, os grupos formavam-se, começavam as leituras, as obras de costura, o jogo do boi…

Eu aproximei-me de D. Nicazio e disse-lhe sem lhe dar mais importância:

- Então esta sua senhora dá-lhe desgostos?

- É sempre aquilo com o capitão. Foi desde a tal caçada ao tigre… Quer que lhe conte?…

- Diga lá.

Sentei-me na tenda onde se fuma, acendi um charuto, cruzei as pernas, recostei a cabeça e, embalado pelo lento mover do navio, cerrei os olhos.

- Um dia em Calcutá, começou o espanhol, dia de grande calor…

Mas não, senhor redator. Eu quero que esta história a saiba do próprio capitão. aí tem a tradução fiel de uma das mais vivas páginas de um dos seus álbuns de impressões de viagem.

* * * * *

…«Sabes, escrevia ele a um amigo, que o sonho de todo o negociante que chega à India é caçar o tigre.

D. Nicazio Puebla quis caçar o tigre. A sua mulher Carmen decidiu acompanha-lo. Essa, sim, que tinha a coragem, a violência, a necessidade de perigos de um velho explorador Hundodo! Eu estimava aquela família.

Combinámos uma caçada com alguns oficiais meus amigos, então em Calcutá. A duas léguas da cidade sabiam os exploradores que fora visto um tigre. Tinha mesmo saltado, havia duas noites, uma paliçada de bambus, na propriedade de um doutor inglês, antigo colono, e tinha devorado a filha de um malaio. Dizia-se que era um tigre enorme, e formosamente listrado.

Partimos de madrugada, a cavalo. Um elefante, com um palanquim, levava Carmen. Um boi conduzia água em bilhas encanastradas de vime. Iam alguns oficiais de artilheria, cipaios, três malaios e um velho caçador experimentado, antigo brahmane, degenerado e devasso, que vivia em Calcutá das esmolas dos nababos e dos oficiais ingleses.

<< Página Anterior

pág. 95 (Capítulo 16)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 95

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240