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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 18

PRÓLOGO A RICHARD WAGNER

Para manter afastadas de mim todas as possíveis dúvidas, agitações e mal-entendidos, a que darão lugar as ideias unidas nesta obra, em virtude do caráter estranho de nossa publicidade estética, e a fim de, também, poder escrever o prefácio com o mesmo prazer contemplativo, cujo sinal ela leva em cada folha, eternizando boas e enlevantes horas, represento-me o instante em que Vós, ó meu ilustre amigo, recebereis este livro; como Vós, talvez após um passeio vespertino pela neve hibernal, reparando no Prometeu desalgemado no frontispício, ledes o meu nome e estais imediatamente convencido de que, contenha este livro o que contiver, o autor tem algo sério e importante a dizer, e também que ele, em tudo que pensava, correspondia convosco como com uma pessoa presente e que somente poderia escrever algo relacionado com esta presença. Vós lembrar-vos-eis então que eu, quando da publicação de Vossa sublime Dissertação Festiva sobre Beethoven, isto é, de permeio à inquietude e grandiosidade da guerra recém-deflagrada comecei a meditar sobre este assunto.

Equivocar-se-iam aqueles que pensassem destes ensaios não serem mais do que uma oposição de excitação patriótica e gozo estético, de seriedade corajosa e jogo alegre; muito ao contrário verão estes com admiração, caso lerem atentamente este livro, com que sério problema alemão nós nos ocupamos, um problema que por nós é colocado no centro das esperanças alemãs, como vértice e ponto de mudança.

Para estes mesmos será, talvez, ofensivo, verem ser tomado tão a sério um problema estético, isto se eles não reconhecerem na arte mais do que um alegre passatempo, um soar de campânulas prescindível para a “gravidade da existência”, como se nos fosse desconhecido o alcance desta comparação.

Que sirva de aviso a essas pessoas sérias, que estou convencido ser a arte a preocupação mais elevada e a verdadeira atividade metafísica desta vida, no sentido que lhe é dado pelo homem ao qual quero ter, como meu insigne precursor neste trajeto dedicado esta obra.

Basiléia, em fins do ano de 1871.

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Capa do livro A Origem da Tragédia
Páginas: 164
Página atual: 18

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 6
Capítulo 3 18
Capítulo 4 19
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 34
Capítulo 8 39
Capítulo 9 46
Capítulo 10 51
Capítulo 11 57
Capítulo 12 65
Capítulo 13 72
Capítulo 14 76
Capítulo 15 83
Capítulo 16 90
Capítulo 17 94
Capítulo 18 100
Capítulo 19 106
Capítulo 20 113
Capítulo 21 120
Capítulo 22 125
Capítulo 23 135
Capítulo 24 139
Capítulo 25 147
Capítulo 26 153
Capítulo 27 158
Capítulo 28 163