Heitor e Páris precipitaram-se para o meio da batalha dispostos a matar ou a morrer. Ao vê-los, reanimaram-se os troianos como o marinheiro que, cansado de movimentar os remos, se alegra ao sentir o vento propício.
Logo de início, os dois fizeram grandes baixas no exército grego e a sorte parecia pender para o seu lado. Mas Minerva, ao aperceber-se dos estragos que iam fazendo nas tropas dos seus protegidos, de um salto desceu do Olimpo e baixou sobre Tróia. Ao seu encontro precipitou-se Apolo, que também observava o que se estava a passar e queria a vitória dos troianos. Foi o primeiro a falar:
— Filha de Júpiter, com tanta pressa baixaste à terra para trazeres a vitória aos teus gregos? Sei que não tens pena dos troianos mas, se me queres ouvir, façamos uma trégua. Suspendamos por hoje a luta e o morticínio. Mais tarde, então, a guerra continuará até à destruição de Tróia, visto que assim o decidiram outros deuses poderosos.
Respondeu-lhe Minerva:
— Pensava justamente nesse plano. Mas que faremos para deter a luta?
Retorquiu-lhe o filho de Júpiter :
— E fácil. Basta incitar o valente Heitor a que desafie algum dos gregos a bater-se com ele em combate singular.
Assim ficou combinado entre os dois deuses. Ora, Heleno, filho de Príamo, que servia também de oráculo aos troianos, sentiu bem no coração o que as divindades tinham decidido e falou assim a Heitor:
— Caro irmão, acredita no que te vou dizer. Sou adivinho e conheço o pensamento dos deuses. Eles mandam que troianos e gregos suspendam o combate e tu, sozinho, provoques o melhor dos inimigos a lutar contra ti. E podes estar certo de que a tua hora ainda não chegou. Revelaram-mo as deidades imortais.