Nenhum homem podia enfrentar o fluxo colossal e impetuoso que parecia quebrar-se e redemoinhar contra a vaga quietude onde estávamos precariamente abrigados como numa ilha. O cano furado gorgolejava, entupia-se, esguichava e esparramava a água com o ridículo repulsivo de um nadador a lutar contra a morte. 'Está a chover', protestei, 'e eu... ' 'Chova ou faça sol', começou ele, mas interrompeu-se bruscamente e caminhou até à janela. 'Um verdadeiro dilúvio', murmurou passado um instante. Encostou a testa aos vidros: 'E está escuro, também.'
«'Sim, a noite está muito escura', disse eu.
«Rodou sobre os calcanhares para atravessar o quarto, e já tinha aberto a porta que dava para o corredor quando dei um salto da cadeira. 'Espere', gritei. 'Quero que... ' 'Não posso jantar consigo esta noite', atirou-me, já com um pé fora da porta. 'Não tenho a menor intenção de o convidar', gritei. Ao ouvir isto parou, mas ficou com um ar desconfiado na soleira da porta. Sem perda de tempo, supliquei-lhe seriamente que não se comportasse daquela maneira absurda; pedi-lhe que entrasse e que fechasse a porta.»