Perdoa-lhe o ser filha de... tua madrasta.
Foram as derradeiras palavras que disse.
Margarida caiu, sufocada de choro, junto do leito da morta. Não lhe restava no coração a menor sombra de ressentimento contra aquela que a fizera tão infeliz. Eram sinceras, como poucas, as lágrimas desta órfã.
Passado tempo, sentiu que um braço a levantava. Voltou-se: era o reitor que olhava para ela comovido.
- Muito bem, Guida, muito bem! - exclamou o velho com entusiasmo. - Essas lágrimas são generosas, são verdadeiras jóias da tua boa alma. Elas devem ser de grande alívio para a daquela, cujo pecado neste mundo foi o muito que te fez padecer.
E daí por diante, ficou o reitor tendo em subido conceito a Margarida.