X Foi por isso que o reitor, ao perceber um dia a inclinação recíproca de Clara e de Pedro das Dornas, exultou com a descoberta.
Amigo das duas famílias e conhecedor da boa índole de Clara, e dos sentimentos generosos de Pedro, ele só antevia venturas na projectada união.
Em relação aos dotes, não havia entre os noivos grande desigualdade e, em vista disto, não era provável que, da parte de José das Dornas, surgissem dificuldades sérias.
Por outro lado, a boa alma do noivo tranquilizava o reitor, em relação à sorte de Margarida; ele a saberia estimar como ela merecia.
Esta consideração, sobretudo, fazia o contentamento do padre.
Daí, aquele conselho dado a Pedro - conselho que encontrou este em muito boas disposições para o observar.
Passados dias, procurou o reitor o seu amigo José das Dornas e comunicou-lhe que Pedro estava resolvido a casar, e lhe pedira para servir de embaixador em solicitar o consentimento paterno.
Como tinha conjecturado, o projecto passou sem oposição da parte de José das Dornas, que antes ficou muito contente com a novidade. Somente pediu o adiamento da época dos esponsais, para quando chegasse do Porto Daniel, que devia, naquele ano, terminar a sua formatura na escola de medicina da Cidade Invicta.
Clara tinha, antes disso, respondido ao pároco, perguntando- -lhe este se aceitava o pedido de Pedro, que desejaria consultar a irmã. Aprovou o padre esta atenção delicada e esperou-se pela resposta de Margarida, de quem não havia grandes impedimentos a recear. Estava Margarida a ler, quando Clara foi ter com ela.
Era já então uma simpática figura de mulher a de Margarida.
Não se podia dizer um tipo de beleza irrepreensível, mas havia em toda aquela fisionomia