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Capítulo 17: XVII

Página 214
XVII

Amanheceu alvoraçada e ruidosa a Casa Mourisca no dia destinado para o jantar em homenagem a Gabriela.

Naquele tranquilo e silencioso edifício, que parecia constantemente absorvido nas recordações de seus tempos de glória, notava-se um movimento excepcional.

O velho fidalgo não quisera faltar às tradições de hospitalidade que a família lhe legara.

Ordenou que, embora à custa de qualquer sacrifício, se celebrasse a chegada da sobrinha, segundo o velho estilo, convidando-se para jantar os representantes da mais preclara nobreza dos arredores.

Ainda que a tristeza e a misantropia de que era vítima o trouxessem, havia muito tempo, arredado dos parentes e dos amigos de outras épocas, o senhor da Casa Mourisca preferiu sujeitar-se à impertinência de lhes abrir mais uma vez as suas salas a deixar de cumprir uma prática que lhe impunham os brios de fidalgo criado nos hábitos de grandeza e liberalidade de um solar de província.

Jorge tentara ainda opor algumas sensatas reflexões a esta dispendiosa exibição de uma opulência mentida; mas encontrou o pai inflexível.

Frei Januário, que antevia a perspectiva de um daqueles regalados jantares, que se tinham ido com os forais, com as lutuosas, com os conventos, com as milícias, e com muitas outras coisas igualmente despertadoras das suas clericais saudades, frei Januário, dizemos, sentia em si uns júbilos de criança, que nem podia nem procurava disfarçar.

Eloquente como nunca, corroborou a opinião do fidalgo, fazendo-lhe bem sentir o deslustro que sofreria o brasão da casa se não se observassem essa práticas senhoris dos tempos passados, e dando como fáceis de aplanar todas as dificuldades que, à primeira vista, apresentava o projecto.

A Jorge, que lhe suscitara algumas objecções, o egresso somente respondia:

- Tenha paciência, Sr.

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pág. 214 (Capítulo 17)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 214

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515