XXXIII - Em honra de Jenny Oh! Fez bem em vir, Cecília – disse Mr. Richard, caminhando com a mão estendida para a filha de Manuel Quintino –; fez bem em vir alegrar a festa de Jenny.
– Alegrar! – repetiu Cecília, trocando com a sua amiga um olhar de melancolia e de inteligência.
– Alegrar, sim – respondeu Jenny, apertando-lhe as mãos com afecto. – Então cuida que não é alegria suficiente a que a sua presença nos dá?
Cecília suspirou.
– Está doente, Cecília? – perguntou Mr. Richard, reparando para o ar de abatimento que se lhe lia no semblante.
– Uma ligeira indisposição, de que me prometeu hoje mesmo curar-se, em atenção aos meus anos, não é verdade? – respondeu Jenny por ela e em ar de gracejo.
Mr. Morlays, o lúgubre, aproximou-se neste momento de Jenny.
– Miss Jenny – disse ele – eu costumo saudar com júbilo os aniversários das pessoas que estimo, como mais um passo dado para o livramento da vida.
– Oh! Mr. Morlays – respondeu Jenny, sorrindo –, tão pesado lhe parece o cativeiro, para assim suspirar pelo termo dele?
– Deixe-o falar, miss Jenny – acudiu Mr. Brains –; o mau humor de Mr. Morlays explica-se até pela presença de algumas brancas entre os seus cabelos ruivos e pelas duas sinistras pegadas de pata que já se lhe divisam no canto das órbitas.
Mr. Morlays fez uma careta e encolheu os ombros; mas não respondeu.
– Nós outros – acrescentou Mr. Brains – nós outros, os feios e fortes da humanidade – eh!… eh!… eh!… temos razão para nos lamentar, à aproximação das horas do ocaso; mas as que na vida nos servem de astros… essas são sempre brilhantes; porque, até no ocidente, nos encantam as estrelas. Veja pois, sem cuidado, correr o tempo, miss Jenny.
Esta galanteria, de um requinte britânico, mereceu a desaprovação de Mr.